Afiado

Seria mesmo tão difícil largar tudo para cima e pegar o instrumento com as duas mãos, e com toda força fazer os movimentos que deveriam ser feitos? Já temos a resposta.  A imensa bolha da mediocridade e ignorância apareceu em nossa frente implorando para ser o nosso alvo. Os suspiros foram longos, mas conseguimos fazê-la querer ficar e escolher receber a dolorosa furada. Doeu. Talvez. Mas independente disso, os movimentos foram feitos.

Estourar a bolha e saber como o sangue que tinha dentro iria escorrer pelas nossas mãos, mentes, gritos, pensamentos e olhos era nosso maior objetivo.

Deixamos a ponta afiada rasgar tudo. E todos foram importantes para que isso acontecesse.

Todos.

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E é diante desses dias que nem imagino como serão, que vejo bem pertinho dos meus olhos uma coisa que sinto que jamais será diferente: o interesse com segundas intenções. Sendo mais direta: o homem, a mulher... esse Ser que dizemos ser humanos. Mas que de humano, só de nome se faz real. Pois, de resto, tudo é interesse. E de interesse me faço também. A diferença é o que desperta tal sentimento em mim.

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 Suspiros que um alguém que não enxerga nem mais um palmo a sua frente.
 Não lembro a última vez que sabia como seria meu dia de amanhã.

Se isso é bom, não sei.